CHINA: Problemas encontrados no Registo de Marcas em China

Para além dos problemas habituais inerentes ao registo de uma marca, pedir para uma marca registada na China implica até mesmo barreiras adicionais para interessados de Propriedade Intelectual. Estes problemas adicionados não são todos relacionados com o princípio do "primeiro a registar", que se aplica na maioria das jurisdições do mundo e significa que, a fim de ser protegidos, a marca deve ser registada, e não baseando-se numa marca de direitos existente não registada.

Os problemas que abordamos neste artigo estão relacionados com o registo de marcas na China que são inerentes às características do idioma chinês e caracteres chineses, que são descritos abaixo. Além disso, uma vez que a população chinesa, em geral, não é capaz de ler os caracteres romanos, eles não vão saber como pronunciá-los pelo que a imagem e a conotação de que o proprietário da marca pretende transmitir aos consumidores pode não ser a correta. Por exemplo, quando a marca "Ralph Lauren" foi introduzida na China, os consumidores chineses gerais criaram a sua própria compreensão e nome para a marca. Esta marca bem conhecida, eventualmente, tornou-se conhecida como "San Jiao Ma '(三脚 马), que pode ser traduzido como" cavalo de três pernas ".

Neste sentido, os proprietários da marca precisam de ser cuidadosamente avisados ​​quando eles desejam introduzir as suas marcas no mercado chinês. Além da aplicação "standard" da marca, com os caracteres romanos (sendo marcas verbais ou figurativas), geralmente há três abordagens utilizadas neste campo, a saber:

  1. Criar uma tradução literal;
  2. Criar uma tradução fonética (transliteração);
  3. Criar uma marca chinesa completamente distinta.

A primeira abordagem é a mais comum e aplica-se quando a marca tem um significado distinto. A desvantagem é o facto de que a marca não irá soar da mesma maneira o original, o que implicaria gastar mais tempo e dinheiro no marketing da marca. O caso da marca "Apple" é um bom exemplo. Apple optou por registrar o nome de "Ping Guo" (苹果), que é a tradução chinesa de "Apple".

A segunda abordagem é muito mais preferível, especialmente para as marcas que gozam já de um certo grau de prestígio entre os consumidores chineses. Por exemplo, na China, "McDonald" é conhecido como 'Mai Dang Lao' (麦当劳) e "Audi" como "Ao Di" (奥迪). No entanto, os detentores de marcas devem ter cuidado ao criar este tipo de tradução fonética, já que o resultado final pode criar um significado indesejável em um dos seis dialetos chineses.

A última abordagem é a mais difícil, mas a melhor. Neste caso, os proprietários da marca serão bem sucedidos na criação de uma marca chinesa única e original, combinando uma fonética e uma tradução literal, com a intenção de tentar transmitir o significado exatamente de suas marcas, buscando, ao mesmo tempo, manter o mesmo som. A desvantagem deste método é o custo e o tempo envolvidos na criação e na comercialização da marca.

Independentemente da abordagem escolhida, é essencial, em primeiro lugar, evitar conotações negativas, erros de tradução ou equívocos, tendo em conta a língua e a cultura chinesa. Em segundo lugar, é também relevante para conceber uma marca que funciona, tanto quanto possível, igualmente bem em mandarim e nos restantes dialetos chineses, mesmo aqueles que são faladas fora da China continental, como, por exemplo, em Hong-Kong, Macau ou Taiwan.

 


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